domingo, 20 de setembro de 2015

O tio Omar, por Walmar Coelho

Tio Omar talvez tenha sido o mais solícito dos irmãos Coelho, com seu temperamento cordial e prestimoso. Conquistou na vida, uma plêiade de amigos e sobre as pessoas sempre manteve uma influência pacífica.
Foi dele a iniciativa de comprar um grande terreno à Rua Da.Leopoldina, em Fortaleza e, convidou os irmãos José, Walter e Mário a construírem ali espaçosas e confortáveis casas residenciais. Os dois primeiros foram concordes em tudo e em breve concretizariam as intenções, quanto ao tio Mário porém optou por continuar a residir na sua casa, que não era própria, na Rua 25 de Março...
Lembro-me ainda do tio Omar, também porque moramos vizinhos por muitos anos! Afinal, a casa do meu pai tinha sido construída no meio e equidistante portanto das outras, pertencentes aos meus tios Omar e José Coelho.
Toda noite eu ia à casa do meu tio referido, para "pegar carona" nos jornais Correio do Ceará e o Povo, que ele trazia diariamente, que eu os lia lá mesmo, naturalmente depois dele.
Foi sócio proprietário do afamado "Bar da Brahma", juntamente com seu irmão José Coelho, que era visivelmente instalado na Praça do Ferreira, local mais conhecido de Fortaleza! Quase a totalidade dos habitués do seu famoso bar também o eram seus amigos, que se escravizavam às suas notáveis qualidades de homem bom e devotado.
Era fraternidade do seu imo que ele oferecia, generosamente aos irmãos mas, estendia afável aos fregueses do seu bar e amigos outros!
A tia Artuzete, sua esposa, era igualmente outra pessoa agradável. Marcada em minha memória os passeios que ela me proporcionava ao Bemfica, bairro onde residia a sua mãe e que ela visitava com constância. Íamos de ônibus e eu achava os veículos que serviam aquele bairro (modernidade à época) muito esquisitos, pois seus motores ficavam no interior das cabines de passageiros e eu na minha meninice, os definia como "ônibus sem motor".
Como eu apreciava o distinto casal que tanto marcou o meu período infantil e a puberdade...

Walmar Coelho



Guardo muito boas recordações do tio Omar, marcadamente sua inquietante disposição em ajudar as pessoas. Quem quer que necessitasse de um emprego, por ex., logo contava com sua prestimosa colaboração. Digo sempre que nossa irmã Verônica talvez seja quem mais lhe herdou essa característica. Tio Omar nos deixou enormes lições de disposição ao trabalho, civismo, dedicação à família, cultura, musical, gosto por cinema, além de inigualável aptidão pela culinária. Também guardo o relato de nosso pai sobre a forma desprendida com que os três irmãos construiram as três casas exatamente iguais, que só ao final decidiram com qual casa cada um ficaria, conhecidas as vontades de suas respectivas esposas. Não nego que algumas vezes fiz a Flávia chorar só pra aproveitar a chuva de bombons que ele jogava por cima do muro, toda vez que a ouvia em prantos... Saudades!

Wagner Coelho

2 comentários:

  1. Obrigado primos Walmar e Wagner, por compartilhar essas memórias do meu pai.
    Qdo ele faleceu tinha 12 anos e não tive a oportunidade de conviver com ele.
    ABS

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  2. Pesquisando sobre a minha família, eis que encontro lindos depoimentos sobre meu amado avô . Era muito pequena quando ele partiu, mas lembro demais dele, sou a primeira neta (filha do Silvio) e costumo dizer que tive a honra de ter sido mimada demais por ele. Foram 4 anos de convivência, mas que ficaram marcados no meu coração . Meu avô muito amado e sempre lembrado

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