sábado, 19 de maio de 2012

Lembranças do Walmar sobre os Coelhos do Cascavel

Sobre Zelito, filho do tio Sebastião


Primo George,
Vou lhe contar uma do nosso primo Zelito, que possuia uma imaginação fertilíssima e não perdia ocasião de exercitá-la.
Ele estava uma vez, reunido a um grupo de amigos criadores, como ele.
Nisto chega um empregado seu e avisa-lhe em bom som, para que todos o ouvissem!
- Seu Zelito, a vaca arriou os quartos.
Ele retruca de imediato!
- Eu não avisei que não se devia ordenhar o animal como vocês o fizeram, contra minha recomendações? A vaca tinha que ser desleitada, alternando-se as tetas em sentido diagonal. Resultado, vocês foram ordenhar os peitos dianteiros, não deu outra. E concluiu,
- A vaca arriou a traseira!
(Era lógico que ele havia preparado a situação, adrede.)
Outra dele:
Seu sogro era um homem de poucas posses.
Mas, sempre que podia, desenhava outra situação para o pai de Clarice.
- Eu não tenho nada, mas meu sogro tem terras que vão da Messejana ao Ipu...
(Quando tiver ocasião, peça ao Bosco e Gonzaga que eles sabem de muitas do Zelito).

Escrito por Walmar Coelhov

Lembranças dos Coelhos do Cascavel - George Coelho


Do Tio Mário

Uma vez, menino de uns 8 anos, portanto era talvez 1960, fui na casa do tio Mário, levado pelo tio Chico em seu lentíssimo Prefect verde. A casa, de frente para a Escola Normal, próxima a igreja do Pequeno Grande e também próxima à casa de tio Sebastião, era sombreada por uns Ficus Benjamins que ficavam na calçada. Pelo aspecto sóbrio, a casa toda me deu impressão de biblioteca e, pelo sombreado que falei, uma certa penumbra tranquila. A tia Liló e o tio Mário me pareceram, mesmo com a minha visão de criança, pais afetuosos demais com os filhos. Tudo estava sereno, não fora na ocasião uma das primas, acredito a mais nova, que chorava por algo ou por causa das visitas, não sei o motivo. Esticava o choro ficando quase sem respirar pra chamar mais a atenção dos pais. Era uma certa chantagem emocional, comum em toda criança, com os pais que não queriam contrariá-la. Tio Chico, neutro, prático que era, e com o senso de humor sempre presente, aconselhou meu tio mais ou menos assim: Não liga não, Mário. Deixa a menina chorar que ela se cansa e pára logo, logo. Só isso o que me lembro daquele dia da visita que o tio Chico fez ao tio Mário numa certa manhã de sol dos meus talvez 8 anos.

George Alberto de Aguiar Coelho

Organização Torres

Sebastião Coelho está na cabeceira da mesa e Tio Mário é o segundo sentado à mesa, parte superior da foto. (Foto do acervo de Gonzaga Coelho)
Sebastião Coelho está na cabeceira da mesa, Tio Mário é o segundo sentado à mesa no lado direito, enquanto o terceiro, do seu lado esquerdo é Tio Omar. (Foto do acervo de Gonzaga Coelho)

Fotos dos Coelhos do Cascavel

Os Coelhos do Cascavel
(Foto do acervo de Gonzaga Coelho)

Vovô Sebastião e  Vovó Sinhá. (A criança nos joelhos do meu avô?)
(Foto do acervo de Gonzaga Coelho)

Vovô Sebastião e Tio Sebastião (filho mais velho)
(Foto do acervo de Gonzaga Coelho)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sylvia Coelho

Sylvia Coelho, nos primórdios e belos dias de ilusão democrática, quando então o PT era o partido dos intelectuais e trabalhadores - Campanha eleitoral de 1982. Sylvia Maria foi candidata a deputado estadual pelo PT neste ano.


Lá em casa, comigo (George), eram 5 irmãos. Pela ordem: Sylvia Maria (herdou o nome da tia Sylvia que eu não conheci), Raimundo Inácio (herdou o nome do pai da minha mãe Aldenora), George Alberto (ganhei o meu nome por causa de um rei da Inglaterra que perdeu o cetro por se casar com uma plebeia), Sônia Maria e Sandra Maria. As filhas todas Marias. Minha mãe, Aldenora, faleceu em 2008; minha irmã, Sylvia, faleceu, antes, em 2007 e deixou 3 filhas. Raimundo Inácio mora em Piracuruca-Pi, é pai de 6. Sônia Maria mora em Brasília e tem 1 filho e 2 filhas, Sandra Maria mora em Fortaleza. Eu, tenho dois filhos, uma filha e um neto. E assim as gerações se sucedem que ninguém vai ficar pra pedra
George Alberto de Aguiar Coelho

Marielda Coelho

Marielda Coelho
Foto do acervo de Gonzaga Coelho

Vovó Raimunda

Vovó Raimunda
Foto do acervo de Gonzaga Coelho

Tio Coelho


Tio Coelho e sua esposa,  Tia Ester
Foto do Acervo de Gonzaga Coelho




    • George Coelho Interessante como a geração de nossos pais gostava de binóculos. Acho que era um reflexo da segunda guerra mundial. Eu, por exemplo, herdei dois binóculos, que eu ainda os tenho, de meu pai. Me lembro também de uma telescópio poderoso pra ver os céús construído pelas mãos hábeis de meu tio Coelho.

  • Sandra Coelho George Coelho, depois fotografa o binóculos e outros objetos antigos, posta (mesmo que não esteja mais com você)! É interessante para quem não conhece e gostoso relembrar!

  • José Walmar Sampaio Coelho Lembro-me bem de um telescópio feito pelo tio Coelho (habílissimo em mecânica e marcenaria), eu o tomava emprestado e nos veraneios praianos, além dos astros, divirtia-me a observar os navios que trafegavam na linha do horizonte, podia descobri-los se eram de carga ou de passageiros e quando o sol era favorável até o nome dos mesmos dava para ler!

  • José Walmar Sampaio Coelho Primo George. Temos contra nós o tempo que nos separa dos fatos!
    Mais fácil ao Peri, investigar pelo objeto junto ao Júnior (caçula dos irmãos), ou com os filhos da Neiara pois esta morou, casada e com marido e filhos, em companhia do casal Ester/Coelho. Mesmo após a morte do meu tio, ela ainda morou alguns anos, na casa da Rua Da. Leopoldina, 1242. È possível que eles achem o telescópio, ou os restos dele, no quarto onde meu tio trabalhava e fazia suas criações...


  • José Walmar Sampaio Coelho Em tempo: As casa da Rua Da. Leopoldina, pertencentes aos três irmãos, eram em respectivo: Nº 1224 do tio Omar, 1234 do Walter (meu pai) e 1242 do tio Coelho). A primeira, fazia esquina com a Rua Dª Bárbara, a segunda era a do meio e a terceira fazia esquina com um beco de pequenas casas e uma vila a seguir!

  • George Coelho Walmar, que fim levou esse telescópio? Ainda existe? Vi-o na calçada da casa do tio Coelho, um tio muito corado, enérgico, forte, na rua Dona Leopoldina. Quantos anos eu tinha? Talvez uns oito. Fui pouquíssimas vezes às 3 casas da dona Leopoldina. Da casa do tio Omar me impressionou a quantidade de camas existentes num quarto. Ali habitavam muitos primos. E o Inácio, meu irmão, morou na casa do tio Omar. Me lembro também de um objeto parecido com um jacaré na sala que dava para a cozinha; de muitos jabutis grandes no quintal da casa. Me lembro de um jardim de rosas da tia Artuzete na frente da casa da esquina. Da casa do tio Walter, que ficava no meio, vejo a tia Nenzinha. Da casa do tio Coelho e tia Ester: um caramanchão no jardim com ferramentas de marcenaria, o hobby do tio Coelho. Certa fez, ele fez pra mim um caminhão de madeira, o mais fantástico caminhão que um menino poderia receber. O trabalho era de uma perfeição extraordinária. A cor vermelha predominava na boleia; a carroceria de madeira. Uma réplica perfeita de um caminhão. O caminhão só tinha um defeito. Isso porque um amigo meu achou de botar defeito no caminhão. Acho que era uma certa inveja dele. As rodas da frente eram fixas e, na época, os caminhões dos meninos da mundiça, que eram feitos de lata e puxados a cordão, tinham como que uma lâmina de aço, ou lata, que dava liberdade pra girar as rodas da frente. Alguém improvisou pra mim essa adaptação no caminhão e colocou também uma espécie de feixe de mola na traseira.Tirou a originalidade, mas ficou perfeito à adaptação. A minha imaginação subia naquele caminhão, enquanto eu o puxava no cordão, contornando estradas curvas e feitas a mão de enxada num monte de barro que havia em Messejana, debaixo de um pé de jucá e ao lado do cercado em que a Maria, cantando Emilinha Borba e Cauby Peixoto, plantava e aguava os tomates, alfaces e verduras mais usando um aguador feito de lata. Por muito tempo quis ser motorista de caminhão. O tio Coelho tinha muita culpa nisso. 


    24 février, 07:35 · 


    Diálogo no facebook de 20 a 24.o2.2012

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Adauto Coelho - Fotos


Adauto Coelho no serviço militar

Adauto Coelho - retratos de formatura em direito
Adauto Coelho e Aldenora
Adauto Coelho e Aldenora. Filhos: George (o louro), Inácio, Sônia (nosbraços da mãe) e Sylvia. Faltou Sandra que ainda não era nascida.
Adauto Coelho em sua mesa de PX

domingo, 13 de maio de 2012

Minha mãe. De Sônia Coelho



Ai,meu coração dilacerado


no canto do bem te vi

 
na flor da dama

 
no cafezinho da tarde

 
enchurrada na calçada

 
Ai,calor do Piauí

 
minha ave cigana

 
jardim limpo

 
grama aparada

 
cheiro de bogari

 
batom carmim

 
brinco de ouro

 
cabelo frisado

 
Ai,que saudade no peito

 
do seu olhar profundo, fundo

 
na justiça tão esperada

 
seus filhos muito amados

 
na certeza do reencontro...

 
Ai, minha mãe amada!

 

(Texto: Sonia Coelho ; Pintura: Sandra Coelho)

domingo, 6 de maio de 2012

Epitáfio

Vai cavaleiro destro, assoma as rédeas do teu pégaso e cavalga nas ondas do infinito! A eternidade é tua...
(Meu sobrinho, estudioso e inteligente, morto aos doze anos por insidiosa doença, aluno brilhante do Colégio Militar e aficionado por hipismo.)


Nota:
1. O texto é de Walmar Coelho
2. O desenho do cavalo Pégasus, bela figura mitológica, é de autor não conhecido